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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Caminhar no Recife

O clima do Recife, tropical, quente e úmido, não é, com certeza o melhor para se caminhar na rua. No "Verão", o sol é intenso e no "Inverno", a chuva molha tudo. Mas há formas de contornar essas dificuldades para aqueles que querem desfrutar dos prazeres de uma boa caminhada como atividade lúdica ou de lazer. No desenho abaixo de Antônio Carlos Montenegro, temos um esquema para caminhar nos dias de sol, sempre com chapéu de abas largas, protetor solar e acesso a água mineral. Até as 11h e depois das 15h. Dá em torno de sete horas de luz com umas quatro horas de sombra no horário em que o calor e a incidência solar são mais intensos. Esse intervalo deve ser dedicado a atividades abrigadas como almoço, visitas a exposições, museus etc. Já no que diz respeito aos dias de chuva, o jeito é arranjar um guarda-chuva bem grande e não se incomodar de molhar os pés.


Caminho Gilberto Freyre (Parte 4)

Depois que passamos a vila e a Praça de Apipucos, tomando à direta pela Rua Itatiaia, temos acesso à atual Faculdade Marista, no topo do morro que faz fronteira com o açude. Trata-se de um recanto muito tranqüilo e arborizado, inclusive com resquícios da Mata Atlântica que originalmente recobria toda a região. Vale a pena visitar com calma e espírito contemplativo. Também logo depois da vila, seguido-se pela avenida, chegamos ao campus de Apipucos da Fundação Joaquim Nabuco, composto pela casa de Delmiro Gouveia, o Instituto de Pesquisas Sociais e a Biblioteca Blanche Knopf. Um pouco mais à frente, a casa-museu Magdalena e Gilberto Freyre, também conhecida como Vivenda Santo Antônio de Apipucos, onde o escritor viveu seus últimos 40 anos. Na encosta do lado da casa uma praça e uma escadaria muito simpática. Um conjunto muito interessante de visitar e contemplar.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Caminho Gilberto Freyre (Parte 3)

Depois do Monteiro, seguindo pelo “Caminho Gilberto Freyre” e trilhando a estreita passagem entre o morro e o rio tomada pela avenida e pelas ocupações habitacionais da planície aluvial, chegamos à localidade de Apipucos, ainda uma das mais aprazíveis da cidade. O açude, a igreja elevada, o sumidouro, o rio e sua planície desocupada à esquerda, os morros e a Mata de Dois Irmãos no horizonte, a vila dupla de casas, à esquerda e à direita, o amplo céu descortinado pelo vazio do espelho d'água, as baronesas, as garças brancas, o verde predominante, tudo contribui para a construção de uma paisagem privilegiadíssima. Vale a pena passar com toda a calma e vagar pelo local.

sábado, 29 de maio de 2010

Caminho Gilberto Freyre (Parte 2)

Nesta segunda parte do "Caminho Gilberto Freyre" merecem destaque as antigas residências, preservadas como partes integrantes (geralmente salões de festa) de modernos condomínios verticais de apartamentos residenciais. Em especial, vale a pena observar com atenção aquela onde morou o ex-governador Cid Feijó Sampaio, na Praça do Monteiro, e a do Condomínio Meyer Mesel, um pouco mais à frente, com seus impressionates azulejos portugueses amarelos em relevo, sem par em outras edificações do gênero.

Caminho Gilberto Freyre (Parte 1)

Resolvemos chamar o trecho que vai da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte, até a casa-museu Magdalena e Gilberto Freyre em Apipucos de "Caminho Gilberto Freyre", divido em várias partes. Isso em razão da notável influência do sociólogo seja na criação da FJN, seja na construção do mito em torno de sua obra e de sua casa chamada, dentre outras maneiras, de "morada do mestre de Apipucos". Daqui até lá, sentimos a presença dele quase como se estivesse a nos acompanhar, passando pelo Monteiro, pelo açude, pela vila de Apipucos, pelos Maristas, pela casa de Delmiro Gouveia...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Rua Marquês de Tamandaré

Essa interessantíssima rua liga a Avenida 17 de Agosto ao Rio Capibaribe em linha reta e tem diversos pontos de interesse, a começar pela imponente edificação que está na esquina com a avenida. Depois, em direção ao rio, todo o lado esquerdo da rua é ocupado com edificações antigas que fazem vivo contraste com os altíssimos edifícios de apartamento do outro lado. Também dignos de destaque são as imponentes palmeiras imperiais e um impressionante Baobá, majestosa árvore sagrada africana, irmã da que está na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas. No final da rua, já próximo ao rio, temos a notável Vila Pasárgada que deu nome ao condomínio da qual hoje ela faz parte. Por fim, o Capibaribe com os traços de curso d’água suburbano que ainda mantém por essas paragens. Imperdível.

Avenida 17 de Agosto

Essa avenida tem um duplo sentido histórico. Em primeiro lugar, foi desde há muito tempo, uma importante via de penetração para a periferia da cidade, em direção aos engenhos de cana da várzea do rio Capibaribe cujo traçado, neste trecho do seu percurso na planície recifense, a avenida percorre em paralelo. Em segundo lugar, pela sua própria denominação em homenagem à data da segunda vitória das tropas restauradoras de Pernambuco contra o holandês invasor em 1645. A batalha se deu no local onde hoje situa-se a Praça de Casa Forte, em frente à casa-grande do engenho que deu nome à Praça e ao próprio Bairro. Trata-se de uma via muito interessante de ser percorrida pelo que tem de histórico, urbanístico e paisagístico, desde a Praça do Parnamirim até a Praça de Dois Irmãos, 5,0 km depois. Embora a avenida mude de nome a partir do largo de Apipucos (passa a se chamar Rua de Apipucos) e, depois, mais uma vez, a partir da Fundação Gilberto Freyre (Rua Dois Irmãos), é ela que dá o tom do percurso, deixando em quem a percorre o sentimento de que permanece nela mesmo quando já está em outra denominação.

sexta-feira, 26 de março de 2010

A Praça de Casa Forte

Trata-se, sem sombra de dúvidas de um dos recantos mais aprazíveis do Recife. De pátio do Engenho Casa Forte, passando pela primeira urbanização no início do Século 20, até o extraordinário projeto pré-moderno de Burle Marx (ainda hoje implantado), a Praça viveu cinco séculos de história e ainda hoje conserva fortes marcas desses tempos. Um passeio atento por ela a pé permite ir descobrindo essas marcas. Vale muito a pena.

Estrada do Encanamento

Depois que a Companhia do Beberibe no Século 19 abriu passagem em linha reta para os seus canos de distribuição de água pelos sítios do Monteiro até o Parnamirim, sobre a servidão construiu-se uma estrada que hoje divide dois bairros tradicionais: de um lado Casa Forte e, do outro, Casa Amarela. Uma relíquia do passado que merece ser percorrida olhando-se o morro de um lado e a planície que termina no Rio Capibaribe do outro. Pelo caminho, os edifícios que testemunham o traçado estranhamente reto entre dois bairros curvos, sem nem mesmo saber porquê.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Poço da Panela

Resolvemos começar o blog pelo Poço da Panela por sua importância para o Recife e por ser um lugar realmente especial, dos mais bucólicos e, ao mesmo tempo, urbanizados da cidade. A Estrada Real do Poço, por onde se entra para esse pedaço do Bairro de Casa-Forte, é uma graça que merece ser apreciada com vagar e olhos bem abertos. Depois a igreja de Nossa Senhora da Saúde, o busto do grande abolicionista José Mariano Carneiro da Cunha, as edificações antigas, as casas de família ainda habitadas, tudo conferindo um ar de história ao local como se o tempo tivesse parado em alguns lugares por ali. Confira na apresentação abaixo e, quando puder, dê um pulo lá. Vale a pena.

Apresentando o Blog das Caminhadas Domingueiras

Como o nome já sugere, o projeto Recife Passo a Passo surgiu da ideia ou da vontade de apresentar aos moradores e visitantes do Recife a melhor forma de conhecer a cidade: a pé.

A origem das caminhadas domingueiras, porém, data de muito antes dos livros Um dia no Recife e Um dia em Olinda (primeiros frutos do projeto). Começou nos anos colegiais dos autores Francisco Cunha e Plínio Santos Filho, que andavam longos percursos todos os dias de volta da escola, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco que, na época, ficava na Rua Nunes Machado, no Bairro da Boa Vista.

Anos mais tarde, já acostumados a caminhar e sempre apaixonados pela cidade do Recife, voltaram a caminhar juntos, sempre aos domingos. Cada dia é um roteiro diferente. Um com um gravador e outro com a câmara fotográfica, registram monumentos, construções, pessoas e "causos" da cidade que só se mostra, de verdade mesmo, a pé.

Hoje surge mais um "filho" dessas andanças. O Blog das Caminhadas Domingueiras traz para o mundo virtual as descobertas de cada caminhada semanal. Se você é mais um apaixonado pela cidade do Recife, ou quer vir a tornar-se ... Siga-nos!